Inovação aberta: o que é e quais são os formatos

A inovação corporativa já é uma competência desempenhada por grande parte dos gestores. Para fazer a inovação acontecer, existem diversos mecanismos e modelos que podem ser implementados. E um dos modelos mais disseminados e implementados é a inovação aberta.

Open Innovation (Inovação aberta) é um termo cunhado de 2003 por Henry Chesbrough e, em 2014, estima-se que 78% das empresas já possuíam alguma iniciativa de inovação aberta. No Brasil, de uma década para cá, tivemos um aumento expressivo de programas e iniciativas de inovação aberta.

O que é a inovação aberta?

Diferente da inovação fechada, onde os projetos de inovação são desenvolvidos exclusivamente com os recursos internos, a inovação aberta busca recursos (intelectuais, tecnológicos ou ferramentais) fora da organização para concretizar as iniciativas de inovação.

Como o assunto é inovação, os recursos muitas vezes virão de negócios digitais (startups), grupos universitários, centros de pesquisa de base tecnológica ou empreendedores individuais. Para se aproximar desses grupos, existem diferentes modelos para gerar relacionamento.

Os 8 modelos de inovação aberta

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8 modelos de inovação aberta

Existem 8 formas principais de estabelecer um relacionamento com empreendedores, grupos de pesquisadores ou startups:

1. Eventos

Uma das formas mais clássicas de se relacionar com o ecossistema empreendedor é a realização ou patrocínio de eventos como Hackatons, Meetups ou Congressos. Essa é uma forma de gerar relacionamento com um público amplo mas, normalmente não costuma gerar muitos projetos concretos para o funil de inovação aberta.

2. Co-workings

Outra forma de gerar relacionamento com o ecossistema é a criação ou patrocínio de espaços de trabalho como co-workings que possibilitam a convivência e proximidade entre empreendedores e empresas iniciantes com a corporação.

3. Aceleradoras e incubadoras

Outro formato bastante adotado por diversas empresas é a criação de um programa de aceleração próprio ou parceria com incubadoras e aceleradoras do mercado. Dessa forma, a empresa consegue estar mais próximo e, até mesmo, criar um relacionamento mais próximo e personalizado com um grupo mais seleto de empreendedores.

4. Programas personalizados

Além do formato de aceleração, existem outros tipos de programas que podem ser desenvolvidos para se relacionar com startups em estágio mais maduro ou se relacionar com universidades e grupos de pesquisa de base tecnológica.

5. Serviços de suporte

Muitos dos programas de aceleração, co-workings ou programas personalizados possuem também serviços de suporte, seja em apoio de com mentorias, conhecimento, acesso à comunidades, ferramentas ou à base de clientes.

6. Investimentos

Além de serviços de suporte, a corporação pode fazer aportes de investimento em pesquisas ou empresas de base tecnológica. Essa é uma forma muito significativa de apoiar esses empreendedores que precisam de capital para acelerar o desenvolvimento dos produtos e viabilizar modelos de negócio mais inovadoras.

7. Aquisição

A depender do grau de sinergia entre a iniciativa externa e a estratégia da corporação, a empresa pode, até mesmo, adquirir a compra da propriedade intelectual ou do negócio desenvolvido externamente para ser integrada à operação ou continuar operando como uma iniciativa à parte da empresa.

8. Spin-offs e Joint Ventures

Por mais que a maioria das spin-offs seja desenvolvida por meio de recursos internos da organização, a empresa pode decidir trazer um empreendedor externo para tocar uma iniciativa, ou unir esforços com algum agente fora da organização para ajudar a dar velocidade para a spin off. É o caso das Joint Ventures, quando duas empresas se unem e se tornam sócias de uma terceira empresa, onde ambas trazem recursos e experiências para fazer o projeto ter sucesso.

Os 5 níveis de inovação aberta com startups

A inovação aberta junto de startups é um dos modelos mais comuns e estabelecidos no mercado. Entendido quais modelos de aproximação com o ecossistema serão adotados, é importante ter clareza de quais modelos de relacionamento podem ser estabelecidos com essas empresas digitais.

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Os 5 níveis de engajamento com startups

1. Contratação como fornecedoras das áreas de negócio

O primeiro nível de engajamento com startups é a contratação do produto digital da empresa para digitalizar, automatizar ou acelerar algum processo interno da empresa. Alguns exemplos:

  • Contratação de uma startup para fazer a gestão de talentos dentro do RH;
  • Contratação de um CRM para apoiar as áreas de marketing e comercial;
  • Contratação de um produto de reembolsos para o departamento financeiro;

2. Contratação ou parceria como impulsionadores de projetos de inovação

Já no segundo nível, o objetivo é utilizar os recursos da startup para acelerar algum projeto de inovação que já está sendo planejado pela empresa. A união com uma startup é feita para aproveitar o desenvolvimento de um produto, tecnologia ou modelo de negócios, que não é necessariamente estratégico para a empresa desenvolver internamente. Alguns exemplos:

  • Um varejista criar uma parceria com uma fintech de crédito para oferecer serviços financeiros para a sua base;
  • Um grande banco se unir à uma startup de grupo de benefícios para adicionar uma camada de relacionamento com os usuários premium do cartão de crédito;

3. Pareceria para estratégias de go-to-market conjuntas

As parcerias podem ir além e serem voltadas para a criação de novos produtos ou ofertas para o mercado de forma conjunta. Esse tipo de parceria normalmente ocorre quando ela está ainda mais relacionada ao core business da empresa. Por exemplo:

  • Uma empresa de logística que cria uma nova solução de last mile em conjunto com uma startup que possui uma frota de entregadores na base;
  • Uma empresa de educação que cria uma nova solução de cursos em conjunto com uma edtech;

4. Investimento (Corporate Venture Capital)

Quando a sinergia estratégica é grande e a empresa possui também, interesses financeiros no negócio, um formato possível é o investimento de capital nessas startups, de forma a virar sócio da iniciativa. Para isso, o caminho pode ser construir um fundo ou se unir à outros parceiros de venture capital para iniciar nessa jornada.

5. Aquisição de startups (M&A)

Um formato ainda mais complexo é a aquisição de startups, podendo absorver a operação internamente, ou então manter como uma empresa separada. Por mais que M&A seja uma competência antiga dentro do mundo dos negócios, quando fala-se de startups, os modelos financeiros e de risco são diferentes, o que envolve a necessidade de se criar uma estrutura especializada.

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