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Seguindo o tema da semana passada sobre Estratégia, trouxe para hoje um dos meus livros favoritos sobre o assunto!
Em Seven Powers, Hamilton Helmer apresenta a ideia de que toda grande estratégia é baseada na construção de algum “poder” – um diferencial competitivo que faz a empresa se destacar e se manter relevante no mercado.
Essas vantagens vêm de sete possíveis poderes, cada uma com suas características, requisitos de implementação e desafios. 👇
Aqui a lógica é simples: quanto ↑ maior a produção, ↓ menor o custo por unidade.
Ou seja, reduz custos fixos à medida que o volume de distribuição ou de usuários aumenta. Isso cria uma barreira significativa para novos concorrentes.
Um exemplo disso é a Amazon, que consegue diluir seus custos operacionais (infraestrutura e logística) em um altíssimo volume de vendas, garantindo preços competitivos e eficácia. Não tem como negar, sua capacidade de escala é inigualável.
Nesse “poder”, o valor de um produto ou serviço aumenta à medida que mais usuários o utilizam.
Um exemplo disso é a Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp). Ela se beneficia de um enorme efeito de rede, onde o aumento de usuários torna suas plataformas mais valiosas para cada indivíduo.
O contra posicionamento é quando uma empresa adota um modelo novo ou disruptivo que os concorrentes não conseguem replicar sem perderem seus próprios clientes ou canibalizarem seu negócio principal.
Um exemplo claro disso é o Airbnb, que reinventou a hospedagem ao conectar anfitriões e hóspedes diretamente, enquanto hotéis tradicionais enfrentariam prejuízos significativos para replicar o modelo, devido a seus custos fixos e estruturas rígidas.
Vejo que esse modelo ainda inspira muitas startups!
Nesse modelo, as barreiras (financeiras, técnicas ou até emocionais) é que dificultam que o seu cliente mude para um concorrente.
Pode ser difícil ou até mesmo caro – em termos de tempo e dinheiro — mudar para outra marca.
Um exemplo desse poder é a Oracle, com seus bancos de dados e softwares empresariais, cria dependência nos clientes devido ao alto custo e complexidade para migrar para outras soluções. Isso não é algo que qualquer concorrente resolve do dia para a noite, né?
O poder do Branding é usado quando uma marca é tão forte, que agrega valor que transcende do seu produto ou serviço e gera fidelidade e preferência.
Aqui eu tive uma certa dificuldade e não consegui escolher entre dois clássicos:
Em empresas que têm esse poder, vemos o controle de um recurso fundamental e escasso, que nenhum outro player possui ou consegue reproduzir facilmente.
Por exemplo a Pixar, pioneira na animação 3D. Inédita no mercado à época, ela garantiu um diferencial impossível de ser igualado por outros estúdios. Posteriormente comprada pela Disney, a Pixar manteve esse “poder” por meio de sua inovação exclusiva.
Quando uma empresa tem processos internos tão superiores, é quase impossível copiar. Esses processos geram eficiência, qualidade e inovação constantemente.
Como exemplo, temos a Toyota. Ela é pioneira no sistema de produção enxuta (lean manufacturing), que combina os princípios de Just-In-Time e Kaizen para aumentar a eficiência e reduzir desperdícios de forma consistente, e seu modelo operacional é tão eficiente que virou uma referência global.
O mais interessante: apesar de permitir que concorrentes visitem suas fábricas, o modelo da Toyota é tão complexo e profundamente integrado à cultura da empresa que outros encontram grande dificuldade em replicá-lo com sucesso.
Construir uma vantagem competitiva é o que define empresas que lideram mercados e transformam indústrias.
Tesla, Netflix, Apple e Pixar têm em comum a capacidade de criar diferenciais que não só as destacam, mas tornam difícil competir contra elas.
Isso acontece porque não se limitam a atender o mercado – elas o redefinem.
Outro ponto-chave é o timing. A Netflix apostou no streaming antes que o mercado mudasse por completo, garantindo a liderança no novo formato.
E por último, criar um diferencial não basta – é preciso defendê-lo. De uma coisa temos certeza: os concorrentes vão tentar copiar ou superar a ideia, e as empresas bem-sucedidas estão sempre aprimorando o que as torna únicas.
No fim das contas, vantagem competitiva não é só sobre estar à frente, mas sobre tornar quase impossível que alguém alcance você. E isso exige foco, inovação constante e uma visão clara de longo prazo.
No mundo dos negócios, vantagem competitiva não é só sobre ganhar a corrida — é sobre criar barreiras que tornam quase impossível para os outros alcançarem você.
Tesla, Netflix, Apple, Toyota... todas essas empresas não só criaram poderes únicos, como também souberam defendê-los. Elas investiram no timing certo, na constante evolução de seus diferenciais e, acima de tudo, na conexão entre estratégia e execução.
Mas aí fica a pergunta: sua empresa está pronta para fazer o mesmo em 2025?
CEO da Future Dojo e Sócio ACE Ventures
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