Veja, quando falamos em inovação aberta, as startups são as maiores aliadas das grandes empresas. Seja através de ações em conjunto ou investimento direto, as startups são as mais procuradas para impulsionar a inovação em corporações. Um estudo da Softex indica que quase 90% das parcerias de inovação aberta são com startups.
Mas você já se perguntou quais fatores as empresas devem analisar antes de investir em uma startup? Confira abaixo quais são os principais critérios para encontrar o match perfeito.
Veja também: Inovação aberta - o que é e quais são os tipos?
Por que as startups são as parceiras mais desejadas?
Em primeiro lugar, você precisa entender de onde vem a sinergia entre corporações e startups. Empresas convencionais têm como objetivo primário a eficiência, o que muitas vezes surge como um obstáculo para a inovação. Já que o foco está em garantir a sobrevivência do negócio, muitas vezes os projetos de inovação ficam em segundo plano.
Por outro lado, startups têm um DNA inovador e foram projetadas para serem ágeis, disruptivas e enxutas. Elas precisam ser dessa forma porque precisam estar prontas para se adaptar e sobreviver em um mercado volátil e imprevisível.
Através de parcerias com startups, as grandes empresas têm acesso a novas ideias, tecnologias e modelos de negócio que normalmente não conseguiriam criar sozinhas. Por isso, a relação corporação-startup é uma estratégia que impulsiona a inovação e abre caminhos para que os dois cresçam.
Grandes empresas como Nestlé, Ambev e Unilever já perceberam essa tendência e possuem suas próprias iniciativas. Não por acaso, um estudo da ACE Cortex indica de 80% das corporações desejam investir em startups no 1º trimestre de 2023.
Avaliação 5T: A visão do investidor
Veja, investir em startups pode ser complicado. A maioria das empresas trata esse assunto com bastante cuidado e possui processos rigorosos de análise. Nesse sentido, há um grande esforço para mapear incertezas, criar cenários do pós-investimento, mitigar fatores de risco... A avaliação pode se tornar um tanto complexa.
No entanto, existe um framework que simplifica esse racional e elenca os 5 principais fatores a se analisar antes de investir em uma startup. Cada empresa e investidor tem seu próprio método, mas no final, esses são os 5 pontos centrais que fazem a diferença no processo de decisão:
1. Time: Pessoas engajadas
Além dos números, é necessário olhar com atenção para as pessoas. Afinal, são elas que fazem o negócio funcionar. Nesse aspecto, o time como um todo é avaliado com rigor para definir se ele está capacitado a entregar os resultados esperados.
Essa avaliação não se limita somente a aspectos técnicos, mas também características comportamentais do time. E também não fica restrita somente à operação: há uma camada adicional de rigor quando falamos dos fundadores. Por isso, características como resiliência, conhecimento de mercado e resolução de problemas são cruciais.
2. Tech: Um produto matador
Não se engane quando falamos sobre 'tech' - esse fator na verdade diz respeito ao produto. Esse produto pode ou não ter a ver com tecnologia, mas aí é outra história. O que importa aqui é saber identificar se o produto faz sentido e atende a dores reais do público que procura atender.
Nesse sentido, o que entra em consideração é o roadmap do produto: a visão do time para a jornada de construção da solução ofertada. Não somente isso, mas também aspectos visuais, métricas e a capacidade de iteração e aprendizado contínuo.
3. TAM: O tamanho do mercado
Veja, as pessoas diariamente têm ideias brilhantes de negócios. Mas você já se perguntou por que poucas chegam a ter sucesso? Pode ter a ver com o TAM (Total Achievable Market) - ou de forma simples, o tamanho do mercado.
Quando um produto não tem um um mercado com potencial para suportar seu crescimento, ele dificilmente crescerá. Por isso, além de analisar o modelo de negócio como um todo, é fundamental também estudar o mercado, os canais de distribuição e o perfil dos potenciais clientes.
4. Trincheiras: capacidade de defesa
Um grande desafio para negócios inovadores no geral é a concorrência. Por isso, algo que os investidores sempre procuram entender é a capacidade de defesa das empresas. Em outras palavras, isso se refere às estratégias e mecanismos para defender seu negócio de rivais em potencial.
Nesse sentido, existem diversos fatores que podem representar uma grande vantagem comparativa para startups: desde acesso exclusivo a novas tecnologias até o tamanho da base de clientes e penetração geográfica. Qualquer fator que represente uma barreira de entrada a um possível concorrente.
5. Tração: potencial de crescimento
Por fim, outro fator de suma importância para a análise completa de uma startup é seu potencial de crescimento. Existe uma grande expectativa de crescimento rápido para startups em geral, e esse tende a ser o indicador mais importante ao analisar um investimento.
Uma vez que se validam as hipóteses centrais do produto e fica comprovada sua eficácia no combate ao problema, o próximo passo é investigar quais canais de aquisição são os melhores, a estrutura do funil e as melhores formas de atingir a escala.
Como se conectar com startups do jeito certo
Veja, cada vez mais empresas têm encontrado na inovação aberta um caminho rápido e fácil para inovar. Não por acaso, essa estratégia vem ganhando força nos últimos anos. Por outro lado, uma crença comum é que somente as grandes corporações têm iniciativas de inovação aberta - mas isso não é verdade.
Cada vez mais pequenas e médias empresas também navegam no ecossistema de inovação, à procura de parceiros para construir em conjunto ou investir. Daí, surge a grande questão: como se conectar com startups e extrair o máximo dessas parcerias?
O universo do empreendedorismo e startups pode intimidar, mas com as ferramentas certas, você vai conseguir impulsionar seu negócio e sua carreira através da inovação aberta.