Startups: Como sobreviver ao inverno

Criar startups ou negócios inovadores já era um grande desafio. Mas parece que de um tempo para cá, com o inverno das startups vem se tornando cada vez mais difícil.

De repente, ficou mais difícil levantar investimento e muitas grandes empresas tiveram que apertar os cintos. Ao mesmo tempo, a palavra ‘layoff’ ganhou força nas notícias e conversas de trabalho.

Saiba mais: O que está por trás da onda de demissões em massa no Brasil?

Isso sem mencionar os outros desafios que empreendedores enfrentam no Brasil. Mas isso não quer dizer que é impossível obter sucesso no cenário atual.

Nesse post, você vai aprender o que está por trás dessa tendência negativa, o que leva startups à falência e como driblar essa maré ruim e escalar um negócio inovador apesar da crise.

As origens do inverno das startups

Para entender as raízes desse movimento, vamos voltar no tempo. O período entre o ano de 2011 e 2019 foram marcados por grande otimismo no mundo dos negócios. Não por acaso, foi quando grandes startups como como Uber, Airbnb e Stripe conseguiram se consolidar.

Isso porque o cenário econômico favorável e o grande apetite dos investidores permitiram que empresas impulsionassem seus negócios.

Mas tudo mudou com a chegada da pandemia do covid-19. Inesperadamente, muitas empresas tiveram que fechar as portas e se readequar a uma nova realidade que ninguém conhecia ainda.

Além disso, o conflito na Ucrânia e dificuldades na distribuição global de alimentos contribuíram para um grande aumento nos preços de insumos básicos.

E em resposta à pressão inflacionária, os governos se viram forçados a aumentar as taxas de juro para tentar conter o nível de preços. 

No mercado financeiro, o sentimento generalizado de insegurança e a alta dos juros se traduziram em uma escassez de fontes de crédito e financiamento.

De repente, após um período de expansão em 2020 e 2021, já não era mais tão fácil conseguir rodadas de captação e os valor dos aportes caíram consideravelmente.

Inverno das startups: O novo normal?

Há quem diga que 2022 foi um ano turbulento para os negócios. Aqui no Brasil, assistimos gigantes como Buser, Loft, 99 e Quinto Andar promoverem demissões em massa para continuar custeando a operação.

Além disso, em 2022 houve uma queda de 50% em relação ao ano anterior nos investimentos em startups no país, segundo um estudo da Sling Hub.

Por isso, mais do que nunca os empreendedores também têm agido com bastante cautela – especialmente no que diz respeito a orçamento.

Empreendedores do Brasil e do mundo tiveram que repensar e enxugar toda a sua estrutura de custos para se manterem vivos.

Se essa tendência veio para ficar ou não ainda é alvo de debate. Muitos veem isso como uma tendência passageira, enquanto outros acreditam numa transformação mais duradoura.

Mas o fato é que houve uma mudança drástica na forma que as empresas e investidores operam, e isso tem refletido em todas as decisões que esses agentes tomam.

Por que startups quebram?

Veja, não existe uma fórmula secreta para o sucesso. Existem diferentes estratégias e métodos que podem ajudar a chegar lá, mas não há uma solução única para levar uma startup ao sucesso.

Porém, quando falamos em fracasso… Existem alguns caminhos que certamente podem levar um negócio promissor à ruína.

Pensando nisso, a CB Insights, uma plataforma de inteligência de mercado e negócios, publica anualmente um relatório que elenca os principais motivos que levam as startups a fechar as portas.

E a partir desse estudo, dá para ter uma boa noção de quais são os principais erros cometidos para o inverno das startups.

Vamos agora dar um passeio pelo cemitério das startups e ler o que está escrito na maioria das lápides. Confira abaixo os 4 principais motivos para a falência de uma startup no último ano, segundo a CB Insights:

Ficou sem dinheiro (38%)

Não surpreendentemente, essa grande dificuldade para captar recursos foi a causa mais frequente no estudo. Em um cenário de escassez de capital, os empreendedores precisam ser criativos para conseguir o tão necessário financiamento.

Ao mesmo tempo, é necessário ter um planejamento financeiro sólido e um grande controle do orçamento.

Isso significa reduzir ou eliminar despesas e priorizar a alocação de recursos para áreas e iniciativas que sejam mais estratégicas.

Mais do que em outros períodos, os investidores valorizam a eficiência financeira e a colocam como um dos principais critérios de investimento.

Portanto, ao arrumar as contas internamente, a startup aumenta suas chances de conseguir um bom aporte no mercado.

Sem necessidade no mercado (35%)

Veja, algumas ideias parecem boas demais para darem errado. Mas a realidade não é tão simples e uma excelente solução, por mais inovadora que seja, está condenada ao fracasso se não tiver pessoas que se interessem e possam pagar por ela.

Por isso, antes de investir grandes montantes em uma ideia, é necessário investigar quem são os clientes, quais são suas dores e como sua solução pode realmente entregar valor.

Diferente dos negócios tradicionais, startups tendem a solucionar problemas que ainda não foram endereçados pelo mercado.

E isso envolve um grande esforço em pesquisa, prototipagem e validação com o usuário ou cliente final.

Veja mais: O que são ‘fits’ ou ‘encaixes’ nos negócios?

Perdeu para a competição (20%)

Certamente, mercados são altamente competitivos por natureza. Quando o assunto é inverno das startups, essa competição tende a ser ainda mais acirrada. Isso porque chegar na frente significa entregar valor para o cliente antes da concorrência.

Sobreviver nesse ambiente hostil requer muito direcionamento estratégico e capacidade de execução.

Também é importante adaptabilidade para conseguir consertar a rota ou até mesmo trocar o pneu sem parar o carro.

No entanto, o que realmente importa é conseguir demonstrar uma diferenciação clara em relação aos concorrentes.

Os produtos inovadores de maior sucesso são aqueles que possuem uma proposta de valor clara e proprietária.

Modelo de negócios falho (18%)

Muitos empreendedores conseguem mapear problemas reais e criar soluções inovadores para endereçá-los. Mas fracassam ao transformar sua ideia em um negócio que gera não apenas valor ao cliente, mas também receita para a empresa.

Modelo de negócio descreve a forma que uma empresa produz, entrega e captura valor. E a etapa de captura possui maior complexidade porque tem a ver com algumas variáveis externas ao negócio.

Por isso, ter um modelo de negócios sólido, validado e escalável é fundamental para a sobrevivência de uma startup a longo prazo.

Para garantir, é necessário acompanhar de perto todos os indicadores de desempenho para muito além do faturamento.

Como criar, validar e tracionar um novo negócio

Existe um motivo maior por trás das razões para o fracasso listadas acima: a falta de conteúdo confiável sobre o tema no Brasil.

Há uma grande escassez de materiais de qualidade sobre a jornada de construção de novos negócios. Faltam referências que de fato têm a ver com a realidade do empreendedorismo no Brasil.

Por ser um tema relativamente novo, esse conhecimento dificilmente é abordado com profundidade em graduações, pós-graduações e MBAs tradicionais.

Além disso, muitas vezes os empreendedores de primeira viagem não têm conexões com pessoas desse universo, o que também dificulta a jornada.

Pensando em preencher esse vácuo, a ACE, maior aceleradora de startups do Brasil, se juntou à Exame para ensinar seus próprios métodos.

Dessa parceria nasceu a edtech: Future Dojo, que já conta com mais de 10 mil alunos em pouco mais de 2 anos de história.

E se você quiser criar negócios do zero com muito sucesso a formação Venture Masters é para você!